Sunday, January 25, 2015

No final ganha o Ogier



Os ralis de hoje são como os ralis de há dez anos. Andam todos a fundo e no final ganha um Sebastien.

Agora é o Ogier, antes era o Loeb. Nunca, mas mesmo nunca torci pelo Loeb. Porque não era necessário. Ele ganhava sempre. Fi-lo pela primeira vez neste Monte Carlo, porque queria ver outro Seb no primeiro lugar e queria poder assistir a uma bonita história; a do tipo que foi à sua vida, depois de ter ganho tudo o que havia para ganhar, várias vezes, muitas vezes e depois regressa, por que lhe apeteceu e volta a ganhar.

Não ganhou, porque não há milagres. Por mais que esteja em forma, não se ganha ritmo de WRC em meia dúzia de kms. Vimos um Loeb a arriscar muito mais do que no passado e isso teve um preço, pago naquela pedra à saída de uma direita coberta de neve.

Da participação esporádica do francês não se tiram muitas conclusões, a não ser a de que a Citroen não tem um verdadeiro piloto de campeonato do mundo. Gosto do Meeke, mas não é ele que vai ganhar ralis ao Ogier.

 Acabou por ganhar outra vez o Ogier. Paciência.

Thursday, January 22, 2015

Aos que ainda tinham dúvidas



Muito provavelmente o Ogier iniciou o rali de Monte Carlo à defesa e daí os trinta segundos que "levou" do Loeb, mas mesmo assim a forma como este último conquista a primeira posição de um rali que está a disputar por "carolisse", é absolutamente brutal.

Àqueles que ainda até hoje discutiam se o francês seria de facto o melhor piloto de ralis de todos os tempos, ou se os nove títulos mundiais se deveram apenas ao facto do Citroen ter sido um carro muito mais competitivo do que os outros, acho que a demonstração de hoje ajuda a pender a balança a favor do piloto.

Nunca foi o meu piloto favorito, mas é certamente o maior de sempre nos ralis e um dos desportistas mais impressionantes do meu tempo.

Friday, January 02, 2015



O Dakar está a começar. Já não era sem tempo.

 Se nas motos a maior novidade é a não participação do Després - este ano mudou-se para os carros e vai ao volante de um Peugeot - nos carros é com grande expectativa que se espera a prestação do Sainz e do Peterhansel.

 Acho que esta expectativa se prende para lá do regresso da Peugeot à prova mais impressionante do mundo. O interesse está também no facto dos Peugeots estarem a quebrar um paradigma, em muito criado por eles há mais de vinte anos atrás. O paradigma das quatro rodas motrizes. É verdade que o Schlesser já ganhou um Dakar com um buggy, mas foi em condições muito especiais, num Dakar quase desenhado para ele.

A Peugeot, que nos anos oitenta saiu dos ralis para nos brindar com autênticos recitais de pilotagem do Vatanen no deserto, sempre aos comandos de carros com tracção às quatro rodas, aparece agora com uma coisa que não é um buggy, mas que só tem tracção atrás. Para mostrar como séria é a sua aposta, contratou dois dos melhores pilotos do mundo e diz que vai fazer frente aos Mini.

 Estou de facto curioso para ver como aquele carro de rodas de diâmetro de camião e com uma distância entre eixos de um Smart, se irá comportar frente aos Mini de quatro rodas motrizes. Para já, parece que pelo menos em conceito, a solução não será muito má, ou não tivesse a Mini colocado, a título experimental, também um buggy a correr nesta edição, só para ver como é passar uma duna sem as rodas da frente a ajudar.