Sunday, May 17, 2009

O efeito Porsche


Recebi esta semana um e-mail falando-me do Panamera e das anteriores tentativas da Porsche de fazer um carro com quatro portas. Nem por coincidência ontem, quando passava na rotunda da Porsche, cruzei-me com dois destes Panameras e mais uma vez tive aquela sensação que sempre tenho quando me cruzo com um Cayenne, de que de alguma forma, ali vai um mutante de quatro rodas.

No entanto, os gostos não se discutem e independentemente do que os puristas possam dizer, o que vai acontecer é que a marca vai sobreviver, com sucesso, ao Panamera, ao Cayenne e a outros "desviados" que se lhes juntem. É o chamado efeito Porsche, algo que lhes permite sair sempre por cima, mesmo depois de fazerem as coisas mais estranhas.

Mesmo depois de coisas como o 914, o 924, a tentativa de assassinato ao 911 com o 928 e mais ultimamente com o Cayenne - um VW feito na Eslováquia que leva uns retoques e o emblema Porsche - nunca impediram que a marca continuasse a crescer de forma absolutamente notável, ao ponto de estar já cotada acima da Toyota, como a maior geradora de lucros da indústria automóvel.

O "efeito Porsche" é normalmente atribuído ao fenómeno que é o 911, mas acho que a mestria da marca vai muito para além das belas formas do eterno desportivo.

Há mais por detrás deste "efeito", sendo que para mim, quase tudo se deve ao mais simples dos factos, de que naquela casa se fazem BONS carros! Fazerem-se bons carros é algo que muitos construtores acabam por esquecer - perguntem ao americanos - e no entanto continua a ser o mais básico dos princípios para se ter sucesso.

60% dos Porsches construídos, desde 1931, ainda hoje funcionam. Isso por si só é algo que poucos se poderão orgulhar e que diz muito sobre um construtor. Já ouvi as mais apaixonadas histórias a condutores de 911, mas mesmo a quem tem um 924, nunca ninguém ouviu dizer que o carro lhe deu problemas ou que o deixou à beira da estrada à espera do reboque do ACP.

Poderemos ser levados a pensar que não ouvimos falar de problemas porque simplesmente as pessoas se esquecem de os mencionar, no entanto não é isso que se passa no caso dos condutores dos Alfa Romeos. Sintomático, não?

Também não serão certamente os momentos bons que se sobrepõem aos maus, porque simplesmente o 924 não seria capaz de lhes proporcionar memórias tão boas que apagassem tudo o resto. É uma inevitabilidade das leis da física.

Podendo não ser sempre os mais rápidos, os Porsche são sempre bons carros que excedem, na grande maioria dos casos, as aspirações de quem os possui.

Todos sabemos que o 911 é mais rápido que o Cayman, mas fora do autódromo, conduzido nas estradas de todos os dias, pelo condutor de todos os dias, quantas vezes é que essa diferença de velocidade se verifica? No final do dia o condutor do Cayman ou do Boxster estará tão satisfeito como o do GT3 e para ambos o importante é que o carro que conduziram serviu sempre o propósito para o qual o compraram, sem chatices nem aborrecimentos.

No final, se um dia fossemos suficientemente abastados e necessitássemos de um veículo de quatro portas, quantos é que desdenhariam da posse de um Porsche Panamera? Muito poucos, certamente só os que escolhessem o Aston Martin Rapide.

1 comment:

Anonymous said...

Juro que não entendi a essência do escrito...um Porsche é bom , é rápido, é desportivo, tem lucros, é fiável,é notável, são bons...e nesta e noutros escritas, é mutante, é um aborto, um assassinato....

Palavras para quê! è mesmo por estas razões e celeumas que a faz a melhor marca de automóveis do mundo. Obrigado AC pelo protagonismo que lhe das neste excelente blog... bem haja...

Tanbém gostaria que fosse abordado a estratégia da Aston martin para o seu futuro... fica o desafio!!!!!


Plakona