Sunday, April 26, 2009

A F1 interessante


Para além do óbvio, de que a F1 está mais interessante porque há caras novas a ganhar ou a disputar corridas, este ano a categoria também viu o interesse subir porque os carros, apesar de feios, permitem manobras espectaculares, como não se viam há muito. Ultrapassagens como a do Alonso ao Trulli, ou do Barrichelo ao Piquet, representam autênticos momentos de antologia, impossíveis de realizar antes da mudança de regulamentos.
Para além das ultrapassagens, não me lembrava de ver um carro escorregar de traseira de forma propositada, praticamente desde os anos setenta. Quem veja, por exemplo, o Vettel ou o Webber a conduzir, presencia a um festival de "slides" de traseira, que na maioria das vezes são intencionais, por forma a colocar a frente na trajectória ideal. Um regalo para a vista.

Para além do facto de ter sido uma corrida com momentos espectaculares, em termos de condução, foi também emocionante pela incerteza que causou até ao segundo reabastecimento-

A vitória do Button foi provavelmente a mais difícil deste ano, mas plena de mérito, pois mais uma vez não cometeu erros, aplicou uma estratégia perfeita e tirou a melhor dos adversários quando foi necessário - o Hamilton ainda deve estar com aquela ultrapassagem atravessada na garganta.

A Toyota mostrou mais uma vez que apesar de ter carro e pilotos capazes de ganhar, falta-lhe aquele bocadinho extra para serem realmente vitoriosos. De qualquer das maneiras, mais uma boa prova do Trulli, que continua a calar muitos dos que o tinham vindo a arrasar nos últimos anos. Para além do pódio, ainda apagou o colega de equipa, o Glock, que desapareceu completamente do mapa.

Vettel esteve bem, mas não tão bem como na corrida passada. Não que o segundo lugar não seja bom, mas podia ter lutado pelo primeiro lugar se não tivesse perdido tanto tempo atrás do Hamiilton.

Figuras tristes para a BMW e para Nakajima. A marca de Munique teve, muito provavelmente, a pior exibição de sempre. Os seus carros são do mais robusto e fiável que já apareceu na F1, mas isso são características que só servem de argumento nos campeonatos de resistência. Velocidade que é bom, nem vê-la.

Ao mesmo nível da BMW, esteve, mais uma vez, Nakajima, ora perdido na tabela de tempos, ora a abalroar quem com ele se cruzava. É sabido que o japonês tem as costas bem largas, por conta da Toyota, mas em tempo de crise não se podem desperdiçar recursos assim, como acontece com o segundo piloto da Williams. Às vezes tenho que dar razão ao Briatore. Por mais simpático que o "japa" seja, por mim já estava a ver corridas do muro das boxes.

Menção honrosa para o Raikkonen, que hoje fez uma boa corrida, dentro das possibilidades. O Ferrari não dava para mais, mas o finlandês mostrou-se aguerrido todo o fim-de-semana e na corrida também não desiludiu, acabando mesmo na frente do Alonso e a milhas de distância do Massa.

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