Wednesday, April 08, 2009

As Catedrais dos ralis


O editorial do Ralis.Online apesar de louvar a última edição do Rali de Portugal, expressa algum saudosismo pelos chamados troços míticos de outrora, como Arganil ou Fafe, que não existem no actual figurino do rali disputado no Algarve.

Não podia estar em maior desacordo com essa ideia de mistificação de troços, pois isso representa o que de pior há no desenho das provas nacionais e um dos maiores entraves à renovação dos participantes.

O traçado dos ralis em Portugal são, na sua maioria, repetições de ano para ano fazendo com que os pilotos mais experientes entrem para alguns troços como quem entra para uma prova de circuito. De tantas vezes lá passarem, decoraram curva após curva, pedra após pedra, ponto de travagem após ponto de travagem, tal qual numa prova de circuito. Coloquem o Peres em Luilhas ou o Pascoal em Santa Quitéria, tirem-lhes os navegadores e verão que sem o peso destes, muito provavelmente até serão mais rápidos.

Isto desvirtua completamente o espírito dos ralis, tornando os navegadores redundantes e impossibilitando a quem se esteja a iniciar ser minimamente competitivo, pois por mais rápido que seja terá sempre a infinita desvantagem de ter conhecido o troço apenas nas duas ou três passagens de reconhecimento, ao mesmo tempo que enfrenta adversários que, só em prova, já lá passaram mais de vinte ou trinta vezes.

Só quem já lá andou é que sabe que quem quiser fazer alguma coisa de interessante, em termos competitivos, tem que lá andar dois ou três anos só para ter uns cadernos de notas minimamente comparáveis com os de quem já lá anda desde o século passado. Ora isso, num desporto que custa fortunas, é logo à partida um esforço imenso só para colmatar uma situação de desigualdade.

Para além da vantagem que traz aos mais antigos, a sistemática repetição de troços ainda origina problemas colaterais como os reconhecimentos ilegais, pois se toda a gente sabe o traçado que será utilizado, é certo e sabido que lá vai passar “à paisana” com um carro de aluguer, algum tempo antes da prova. Quem quiser assistir a um a situação destas, que passe pela zona da Lameirinha, uns tempos antes de se realizar por ali uma prova.

Existe o argumento inevitável de que as estradas elegíveis para se realizar um rali não são infinitas, mas certamente que serão suficientes para que se possa fazer um esquema de rotação, com pelo menos dois ou três anos de intervalo entre utilização.

Concordo que é bonito ver as imagens daquele mar de gente no Confurco, mas certamente que o público que lá costuma acorrer, preferiria antes mudar de ares do que estar no mesmo sítio a ver passar sempre os mesmos do costume.

***

Opinião:

É certo que o facto dos troços serem sistematicamente os mesmos nos ralis disputados em Portugal só favorece quem lá anda há mais tempo. Concordo também que em certos lugares se alguns pilotos estiverem chateados com o navegador podem desligar a centralina dos capacetes e fazer o mesmo ou melhor do com notas tal é o conhecimento adquirido ao longo do tempo.
Mas não posso deixar de sublinhar que são os troços "míticos" que tornam este desporto tão excitante: o que seria do Monte-Carlo sem o Col du Turini ou os Mil Lagos sem Ouninpohja. São locais onde os pilotos se excederam e ultrapassaram todos os limites e atingiram o estatuto de deuses do volante. São os locais onde os adeptos se deslocam religiosamente todos os anos para verem a História escrever-se ao vivo e a cores.
Em Portugal tínhamos a Peninha, a Lameirinha ou Arganil onde se escreveram as mais belas páginas da história não só do nosso rali como do mundial e, saber que o nosso rali não voltará a ser disputado nesses locais entristece-me profundamente.
Por outro lado é bom que o Rali de Portugal esteja de regresso ás lides do mundial e estou em crer que em breve aqules rapidíssimos troços do algarve irão criar a sua reputação.

(Pilotaço)

2 comments:

Pilotaço said...

É certo que o facto dos troços serem sistematicamente os mesmos nos ralis disputados em Portugal só favorece quem lá anda há mais tempo. Concordo também que em certos lugares se alguns pilotos estiverem chateados com o navegador podem desligar a centralina dos capacetes e fazer o mesmo ou melhor do com notas tal é o conhecimento adquirido ao longo do tempo.
Mas não posso deixar de sublinhar que são os troços "míticos" que tornam este desporto tão excitante: o que seria do Monte-Carlo sem o Col du Turini ou os Mil Lagos sem Ouninpohja. São locais onde os pilotos se excederam e ultrapassaram todos os limites e atingiram o estatuto de deuses do volante. São os locais onde os adeptos se deslocam religiosamente todos os anos para verem a História escrever-se ao vivo e a cores.
Em Portugal tínhamos a Peninha, a Lameirinha ou Arganil onde se escreveram as mais belas páginas da história não só do nosso rali como do mundial e, saber que o nosso rali não voltará a ser disputado nesses locais entristece-me profundamente.
Por outro lado é bom que o Rali de Portugal esteja de regresso ás lides do mundial e estou em crer que em breve aqules rapidíssimos troços do algarve irão criar a sua reputação

Unknown said...

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