Wednesday, January 21, 2009

Para que se mantenha viva entre nós - II



Por alturas em que o Carrera GT foi lançado, numa daquelas habituais conversas de café em que normalmente se fala sobre os carros que não conduzimos, dos golos que não marcámos ou das mulheres que …, adiante, alguém contava entusiásticamente que o Piech, acionista da Porsche e na altura na presidência da Audi, decidiu retirar a primeira de Le Mans para que a segunda tivesse caminho livre para avançar. Como a Porsche já tinha desenvolvido um motor para participar na mítica prova francesa, decidiu não deitar o projecto para o lixo e a partir do V10 criar um novo super-carro, capaz de bater Ferraris e Lamborghinis.

A história era, de facto, interessante e era daquelas que se criam à volta das lendas do mundo automóvel, mas tinha demasiados “buracos” para parecer verosímil. É difícil de acreditar que o presidente de uma empresa consiga decidir sobre a política desportiva de outra, mesmo sendo um dos seus accionistas. Depois, acreditar que de um projecto de um motor de competição se fez um super-carro para o dia-a-dia, é quase um acto de fé.

Não passava então de uma história bonita, provavelmente fruto da imaginação colectiva de conversas de café, até ao dia em que ouvi o trabalhar de um destes carros, quase como um som vindo do além, das profundezas do inferno.

A partir desse momento, qualquer coisa passou a ser verosímil, pois o som emanado pelo V10 deste carro era sinal inequívoco de que tratava de uma maravilha da engenharia, uma daquelas proezas da criação humana que acontece por vezes, normalmente fruto de uma história tão dúvidosa quanto cativante, como a que tinha ouvido naquele dia entre uma imperial e um pires de tremoços.


1 comment:

Anonymous said...

Não da côr amarela das pinças do tractor....
PLAKONA