Saturday, November 29, 2008

Os melhores de 2008


O fim do ano aproxima-se e em época de defeso é tempo de fazer o apanhado do que foi o ano motorizado. Já aqui escrevi sobre as que foram as melhores equipas do ano, faço-o agora para os restantes artistas do desporto motorizado.

- Miguel Oliveira, é já o mais bem sucedido piloto do motociclismo nacional e ainda só tem treze anos. É claro que quase ninguém ouviu falar deste jovem fenómeno, mas isso deve-se apenas à mediocre imprensa que temos por cá, incluindo a imprensa dita especializada. Tem ganho corridas por todo o lado onde tem corrido e é o que temos de mais próximo de se tornar no Rossi lusitano.

- Armando Parente, porque foi o único piloto nacional a conseguir um título internacional, em 2008. Cruzei-me com ele há quatro anos atrás numa brincadeira de Karts - brincadeira para ele, porque para mim era de "faca-nos-dentes", como sempre. Ele era ainda mais miúdo que hoje, mas isso não o coibiu de me zupar a mim e a todos os outros que estavam em pista. Percebi bem a diferença entre um simples mortal e um astro do volante, mesmo que este ainda nem tenha chegado à puberdade.

- Sebastien Loeb, já é recorrente nestes resumos de fim de ano, mas o francês é inevitável sempre que se fala de automobilismo, pois trata-se do melhor piloto de ralis de todos os tempos. Mais um ano em que mesmo lutando outra vez sozinho (o Sordo nunca o ajudou realmente) contra uma equipa Ford que tinha tudo para sair vitororiosa, soube pontuar quando não conseguiu ganhar e ter novamente uma ponta final de campeonato absolutamente arrasadora. Sempre que o francês corre estamos a assistir a história a ser escrita, pois um dia poderemos dizer que fomos contemporâneos de um verdadeiro astro dos ralis, o maior que alguma vez existiu.

- Valentino Rossi, é também recorrente, pois assim como Loeb é o melhor de sempre na sua modalidade. Também como o francês, o italiano da Yamaha conquistou o seu título lutando sozinho contra tudo e contra todos. Mais uma vez mostrou-se sábio não só dentro da pista como fora dela. No início do ano decidiu apostar na Bridgestone, numa jogada muito arriscada. Muita gente o criticou por tal, mas como se viu depois, foi aí que ele começou a ganhar o campeonato. O maior das duas rodas.

- Sebastien Vettel, é para muitos o sucessor do Schumacher. Não ponho assim tanta fé neste prognóstico, mas a prestação do piloto da Toro Rosso foi absolutamente notável e uma verdadeira lufada de ar fresco. Não é só um piloto rápido como também entusiasmante, muito graças ao seu estilo de conduçâo espectacular.

- McLaren, proporcionou o título ao Hamilton. Não foi uma equipa com uma prestação espacial, mas mesmo depois da tempestade do ano passado, soube endireitar-se e dar o melhor e mais fiável carro, em quase todas as situações, ao que viria a ser o campeão do mundo. Merece também destaque porque ao não cometer erros idiotas ridicularizou completamente a sua arqui-rival Ferrari, que em muitas ocasiões pareceu uma equipa de circo.

- Yvan Muller, é mais um francês na alta-roda do automobilismo. Ponham-lhe um volante nas mãos e ele trata do resto, trazendo quase sempre o caneco para casa. Já correu nas coisas mais estranhas e em todas elas ganhou. Este ano até o fogareiro da Seat serviu para ganhar um campeonato que é muito provavelmente o mais renhido de todos. É um piloto rápido mas acima de tudo muito inteligente e constante. Quando não venceu, acabou quase sempre nos cinco primeiros o que num campeonato com o sistema de penalização por lastro, é obra.

- Troy Bayliss, é o digno sucessor de Carl Fogarty, como lenda do mundial de Superbikes. No ano em que se reformou, dominou o campeonato de fio a pavio, como se viu bem nas duas vitórias conseguidas no autódromo de Portimão, as últimas da sua fantástica carreira.

- Filipe Campos, é para mim, desde há muito, o melhor piloto do TT nacional. Nos últimos anos não tinha sido feliz muito devido à falta de uma viatura competitiva. Este ano o casamento com o BMW X3 foi perfeito e depois foi vê-lo não só a dominar o panorama nacional, como a bater-se em grande nível com as equipas oficiais, quando estas nos visitaram nas provas internacionais que tivemos por cá.

- Bruno Magalhães e Peugeot, por terem ganho o campeonato de forma inquestionável, mas também por fazerem tudo tão bem, no meio de um campeonato onde tudo parece sair mal. Um oásis no meio do deserto que é o actual Campeonato Nacional de Ralis.

2 comments:

Anonymous said...

realmente a imprensa portuguesa tem as prioridades um bocado destorcidas. Desconhecia a existência de Miguel Oliveira e desconfio que quem não siga o motociclismo português também não saiba, e no entanto mesmo sem ligar muito ao futebol, facilmente sabemos o que a selecção nacional de futebol come ao jantar e a que horas vão à casa de banho.
O que vale é que cada vez mais a blogoesfera serve de complemento à imprensa nacional

Anonymous said...

AC,

Muito obrigado por este resumo.
Permite a alguem q se ve forcado a ver apenas ovais e F1, a ter uma pequena ideia daquilo que perdeu em 2008 na patria mae e nas disciplinas que nao sao ao estilo "Harley"!!!