Mais uma de mestre

Há vinte anos atrás a KTM estava pelas ruas da amargura a definhar pela sobrevivência como produtor de motos "off-road". Houve alguém com cabeça e com coragem para pegar numa companhia morta, pintar as motos de laranja e fazer frente aos Japoneses num pequeno nicho de mercado em que não havia espaço para as quatro marcas do país do sol nascente quanto mais para um pequeno construtor que fazia motas num país em que a mão-de-obra era tão cara que as pessoas não faziam nada e compravam tudo feito. Hoje em dia a KTM apenas discute as quantidades vendidas com a Honda e a Yamaha, porque no lucro vai à frente destacada, alargou fronteiras e já faz motas de estrada, preparando-se mesmo para atacar título mundial em provas de velocidade.
Agora voltou a dar um passo para uma área onde terá certamente sucesso, o mundo automóvel, num nicho de mercado em que os carros causam sensações com que só mesmo uma mota pode rivalizar. Acredito que este projecto tenha nascido na Audi mas que devido à habitual falta de aptidão para o risco dos Alemães, os tipos da KTM se tenham chegado à frente e de cabeça entraram para uma área onde só entra quem tem coragem como o nome do meio e lá em baixo "os" tem bem no sítio.
Sinceramente não é preciso ser nenhum guru da indústria para ver como pequenas marcas como a Lotus ou a Atom estão a fazer tão bem e para perceber que as listas de espera que existem para a compra deste tipo de carros indica que ainda há muito mercado por explorar.
Com 700 Kg, 220 Cv e um preço abaixo do Elise, mesmo que a estética seja perfeitamente aberrante, certamente será mais um daqueles sucessos paradigmáticos que tem marcado a recente história da KTM.