Sunday, February 06, 2005

Obrigado John Britten



Existem pessoas que nos ficam para sempre na memória, John Britten é uma delas. Não porque fosse uma figura pública ou cuja vida fosse um relato comum, admirava-o pelo seu trabalho, pela sua obra. John construíu algo único de então até agora, no mundo das duas rodas, uma moto de design revolucionário, capaz de fazer frente a tudo o que existia na altura, incluindo motos e equipas de fábrica. A Britten, não tinha como ponto forte a aerodinãmica, o motor, a suspensão, o quadro, os travões ou qualquer outro aspecto, era toda ela, no seu conjunto, uma obra surpreendente e inovadora de engenharia. Ainda hoje se vêem criações com geometrias ou soluções invulgares, mas funcionam no meio de um mundo de outras soluções já conhecidas e testadas, para John Britten a única coisa certa era que uma moto tem duas rodas, tudo o resto era para ser discutido e re-inventado.
Para os mais avessos a moto será de imediato rotulada de feia, estranha, horrível, mas à medida que se conhece o porquê das soluções apresentadas começa-se a admirá-la e mesmo a gostar de tudo o que vêmos.
Na primeira metade dos anos noventa ganhou e bateu records em tudo o que correu, apesar do budget reduzido, suscitou olhares de todos os que frequentavam o paddock. Afinal as suspensões rigidas funcionavam, o motor V-twin como elemento rígido substituía o quadro, a carenagem servia só para esconder o piloto e abaixo desta a parte mais larga da moto era o pneu de trás, como dizia John, a moto cortava o vento em vez de o empurrar como as outras. Quando as coisas estavam realmente a começar, o seu criador falece prematuramente, em 1995, deixando um sabor amargo e de que ainda havia muito para dar, a todos os seus fãs.

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